segunda-feira, 11 de abril de 2011

Perdida no Azul...

É um poema de amor (me perdoem)





A profundeza onde me encontro é bela, tentadora e sinfônica, tudo conspira para que eu ali permaneça. Esse azul me deixa inebriante, apenas estar presente e admirá-lo basta, mas é por pouco tempo. Quando não estou por perto, a ausência do azul me consome, inunda minha mente, meu sono, meus pensamentos, ah, mas que vicio! Perdida estou, na beleza insuficiente, olhar não me contenta, mas satisfaz. Ah, eu queria desfrutar do tato, toca-lo, mas o azul é misterioso, ele me prende, e me ignora. Me prende, mas sem querer, ele não percebe a minha escuridão, apenas enxerga as luzes e belezas que estiveram ao seu lado a vida inteira, não o culpo por ser tão mais aperfeiçoado que eu, mas as minhas trevas ele nunca percebeu. Noto que por hora o azul e o negro se cruzam, ele me olha ao fundo, talvez ele queira no fundo descobrir o que tanta escuridão esconde, mas permanecer na beleza é muito mais fácil. Mas ele me prende, me prende, tentei esquece-lo, mas me perdoe pela fraqueza, o azul é tentador, não posso, não consigo. Eu devo deixá-lo, fugir dessa áurea que me prende, ela me torna fraca, eu não posso mudar por ele, imutáveis, ambos, e ele jamais lerá meus poemas, terá apenas meu olhar. Eu não vou lutar, vou permanecer nessa nevoa azulada, esperando pelo momento que ela se torne tediosa e eu a abandone. Mas por hora, estou perdida, perdida no azul daqueles olhos que me trouxeram a sinfonia perfeita.

Um comentário:

  1. Que lindo, minha linda! Você pode nadar no azul, não precisa viver no mar, não é?!

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